Prudentópolis

Cachoeiras em Prudentópolis

Enquanto  executamos todos os preparativos para nos lançarmos na estrada,  resolvemos ir fazendo algumas viagens mais curtas, somente com a barraca, para irmos esquentando as turbinas.

Conhecer as cachoeiras gigantes em  Prudentópolis não poderia faltar em nosso roteiro, afinal, elas são de fato incríveis, e lá também esta plantada um pouquinho da história do Pedro, que quando meninote frequentou o seminário local, de origem Ucraniana é claro, pois essa é a sua descendência.

A cidade relativamente nova com apenas 107 anos de idade  e com aproximadamente 49 mil habitantes, destaca-se especialmente pelo seu aspecto religioso formada em sua maioria por imigrantes Ucraniano. Consta nos registro que em   1896 ocorreu a entrada de 1.500 famílias, em um total aproximado de oito mil pessoas. A imigração continuou até os anos de 1920, diminuindo ao longo do tempo.

Assim, Prudentópolis tornou-se o município brasileiro que mais receberam ucranianos. Nesse processo de colonização, destaca-se também a vinda de outros povos, como poloneses, alemães e italianos. Esses imigrantes  dedicaram-se à agricultura, pecuária e à pequena indústria, contribuindo para o progresso e a prosperidade da região. Todo esse processo resultou no estabelecimento de Prudentópolis como município, através da lei estadual nº 615, de 5 de março de 1906, com seu território desmembrado de Guarapuava, no dia 12 de agosto do mesmo ano.

Infelizmente em razão do pouco tempo que tínhamos para conhecermos o local, optamos por nos concentrarmos nas cachoeiras e acabamos não podendo visitar o Museu (que estava fechado na ocasião) e as muitas Igrejas, a grande maioria pode facilmente ser  reconhecida pelas belíssimas cúpulas de origem bizantina que majestosamente habitam os topos de toda igreja Ucraniana, seja ela pequenina capela ou uma majestosa Arquidiocese.

A beleza e significado das Igrejas Ucranianas são tamanhos que merece aqui um parágrafo a parte, mesmo incorrendo no risco do texto estender-se demais e fugir um pouco do assunto Cachoeiras, mas falar de Prudentópolis sem frisar esse lado cultural e religioso do seu povo é quase impossível.

Passamos em frente de várias, fotografamos algumas mas não pudemos entrar, ou porque estavam fechadas no horário que passamos ou em razão do nosso tempo apertado para visitarmos o local. Ainda assim a beleza das cúpulas nos causou tanto encantamento que resolvemos pesquisar um pouco mais sobre o assunto e descobrimos o Sr Hryhorij Nedorub, que gentilmente aceita ser chamado de Gregório pela dificuldade em pronunciar seu nome e que aos 76 anos, esse ucraniano morador em Curitiba e imigrante  da região de Poltava é o último artesão a dominar a técnica de construir cúpulas, principal símbolo da arquitetura religiosa ucraniana.

De formato geralmente arredondado e octogonal, elas simbolizam a chama de uma vela que conduz ao céu. “Uma única cúpula significa a fé em um único Deus, três indicam a Sagrada Família ou a fé na Santíssima Trindade e cinco sinalizam Cristo cercado pelos quatro evangelistas. Do lado de dentro, elas ainda reproduzem a abóboda celeste.”

Apesar de toda essa riqueza simbólica, é fácil saber se uma cúpula é de Gregório. Suas marcas registradas são os revestimentos “escamas de peixe” em aço inox ou alumínio, e as esferas de metal abaixo das cruzes. Construtivamente, elas são similares às outras, com esqueleto de madeira ou metal, revestido com tábuas e coberto por telhas, encontradas em algumas Igrejas da cidade de Curitiba. IMG_20160513_124031463_HDR

IMG_20160515_134559240Igreja Ucraniana Nossa Senhora do Patrocínio – foto Pedro Lucavei Filho

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Bem, vamos as cachoeiras!

Nossa maior dificuldade foi encontrar um Camping na região que tivesse a estrutura adequada para campistas e por um preço justo, é claro. Depois de muito procurar encontramos o Perehosky da dona Izabel que nos atendeu muito bem, embora tenha se esquecido de  nos avisar que a luz na área do Camping era 220V o que resultou em uma lâmpada queimada logo na chegada,  depois nos emprestou um transformador o qual também conseguimos queimar (repusemos por um novo é claro, como manda o bom senso, mas também ganhamos um litro de vinho como cortesia).

Sem nosso fogãozinho elétrico (110V) de duas bocas, companheiro de guerra passamos a fazer café tropeiro e comer só o que a churrasqueira podia nos proporcionar, o quê acabou encurtando nossa estadia em 6 dias (pretendíamos ficar 10, pudemos ficar apenas 4 entre chuva, trovoadas e espasmos de sol), entretanto, a limpeza do local, especialmente dos banheiros merecem nossa consideração, sem falar que dentro do Camping esta localizado a cachoeira Perehosky  que divide-se em uma queda menor próximo as churrasqueiras e outra queda um pouco maior localizada ao lado de um paredão de Pedras que conduz mais a frente a uma pequena caverna que visivelmente esta se aprofundando na rocha devido a umidade que desce pelas raízes das árvores que ficam logo acima. Também possui um poço formado entre as rochas no qual esta fixado  uma placa restritiva de PERIGO.

IMG_20160515_094254090_HDRCamping Perehosky

IMG_20160512_174415473Ache nosso Pet (Duda parceirinha)

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Cachoeiras do recanto Perehosky

Recanto Ninho do Corvo

Muito próximo ao recanto Perehosky esta localizado  outro Camping chamado Ninho do Corvo, mas que funciona apenas nos finais de semana e que para acampar é obrigatório comprar  o pacote turístico de trilhas ou Tirolesa, o que torna praticamente inviável pra quem quer acampar durante a semana ou que não tem interesse nos pacotes vendidos. Embora o local seja lindo e o atendimento seja de grande simpatia fato aliás que nos proporcionou o uso do wi-fi para mandar notícias para a família.

Salto São Sebastião:

A segunda queda que visitamos foi a São Sebastião, localizado aproximadamente uns 5 quilômetros do Camping em que estávamos. Lá conhecemos o simpático Sr Igor que nos explicou que estão arrumando o local para poder hospedar visitantes, hoje não há muita estrutura, apenas alguns pequenos quartos e banheiros feitos em madeira bastante simples e sem tomadas específicas para camping, ainda assim, só a receptividade faz ter vontade de ficar por ali.

A trilha a ser percorrida para conhecer a queda leva em  torno de uma hora e é bastante tranquila, para qualquer idade sem grandes atropelos. Há 3 quedas, uma logo no inicio da caminhada bem pequena seguida de outras duas magníficas quedas que ficam quase de frente uma para outra. Uma delas que é a que domina-se de Salto São Sebastião tem em torno de 120 metros de altura e com maior volume de água, nesta é possível chegarmos praticamente ao lado amparados por um guarda corpo gradeado para fazer fotos com maior segurança,

Do outro lado quase em frente fica o Salto denominado Milot que é um paredão de pedras com água em menor volume que se espalha através dele, este com aproximadamente 130 metros de altura.

Quase no final da trilha tem um mirante em madeira, já um pouco judiado pelo tempo, mas que nos proporciona uma bela vista frontal à cachoeira mais volumosa.

Entrada no Salto São Sebastião

Salto Milot (em frente ao Salto São Sebastião)

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Salto São Franciso:

Este sem dúvida foi o salto que causou maior emoção e desafios, começando pela estrada de acesso. Embora estivéssemos em uma caminhonete 4×4 havia lugares que parecia um tanto estreito demais para se passar. Todo o trajeto foi feito em estrada de chão, com muitos buracos e pedras, isso porque optamos em pegar um atalho que segundo os moradores não daria para fazer com um carro de pequeno apenas com tração dianteira, e eles estavam certos. A outra opção seria ir pela Br 277 pela Serra da Esperança, próximo a Guarapuava em que o acesso é mais tranquilo mas bem mais longo do Camping em que nos encontrávamos.

Mas o ponto chave da emoção foi a trilha que resolvemos fazer juntamente com um casal que conhecemos no Camping, eles, com longa experiência em trilhas por todo o Brasil foram  pra nós,  fonte de grande aprendizado.

A grande maioria dos visitantes passeia apenas nas trilhas no topo da cachoeira, onde a paisagem também é linda, mas não se iguala a beleza vista de baixo. É  possível entender porque poucos se aventuram na trilha, afinal são aproximadamente 4 horas de caminhada em terreno inóspito (2 indo e 2 voltando), em alguns lugares é necessário quase uma escalada para superar os obstáculos. Passagens entre pedras escorregadias e entre raízes, galhos ou troncos de árvores, ainda assim vale todo o esforço.

Na volta paramos para apanhar água e também para deixar a Duda (nossa pequena pet) esticar as perninhas e tomar água direto na fonte. Imagine um bichinho que não latiu uma vez sequer, curtiu o passeio confortável na bolsinha que hora era carregado por um, hora por outro especialmente na subida de volta em que o fôlego meu e do Pedro já não era mais o mesmo.

A queda São Francisco é majestosa e considerada uma das mais altas do Brasil, com 196 metros de altura é a única na região que tem entrada gratuita pois é um parque municipal. Possui banheiros limpos, lanchonete, e funcionários uniformizados para prestar suporte ao turista, porém não é permitido acampar dentro do parque.

Vista de baixo é ainda mais imponente e  refrescante (considerando que tava frio e havia chovido, tínhamos que tomar cuidado para não se molhar com os esguichos de água que se formavam quando a água batia nas pedras)

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Cachoeira São Francisco

 

Salto São João

 A trilha é muito tranquila e curta. Esta localizada dentro de uma propriedade particular,  cujo proprietário,  tem uma lanchonete e uma pousada logo na entrada da reserva, entretanto ao sentarmos para degustar um peixinho frito e uma porção de aipim tivemos a oportunidade de conversarmos um pouco com o proprietário e descobrimos que ele fez um bom investimento na estrutura como piscina, restaurante e a pousada e esqueceu do mais importante, aventureiro gosta mesmo é de camping, e nesse quesito deixou a desejar pois nem mesmo banheiros exclusivos, ou pontos de luz, ou ainda uma pia, fogão e geladeiras comunitários haviam no local para atender campistas, uma pena porque foi o único que encontramos na região que tem piscina e se ele tivesse olhando para o lado certo poderia lotar nos períodos mais quentes. Demos a dica como amantes do  campismo que somos, dicas aliás que foram bem recebidas pelo proprietário e nos pareceu um pouco perdido e incrédulo com o sucesso do negócio em razão do baixo movimento e faturamento.

A cachoeira embora imponente com seus 84 metros de queda, não nos impressionou muito pois dá para ver muito pouco do topo dela e não tem trilha para descer. Ao longe da estrada tem um ponto em que as pessoas param para tirar fotos de frente, mas a visão é relativamente longe.

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Salto Barão do Rio Branco

 Situado no Rio dos Patos, com 64 metros de altura e significativo volume de água, o Salto Barão do Rio Branco é utilizado para a geração de energia elétrica, através de uma Pequena Central Hidrelétrica, de propriedade da “Santa Clara Indústria de Cartões”.

O Salto me pareceu tão perigoso quanto imponente. Logo na entrada dá para perceber o descaso com os visitantes. Faltam placas sinalizando a chegada ao local, logo na entrada existem algumas casas e uma placa de “PROIBIDA A ENTRADA” o que gera dúvidas se o local é o correto. O Pedro seguindo dicas de pessoas que cruzamos pelo caminho resolveu arriscar, mas confesso que o local me deu frio na espinha. Por ser uma usina para geração de energia, é preciso primeiro passar uma ponte gradeada metálica, assim tivemos acesso ao topo da cachoeira que não tinha grades de segurança, ou melhor, tinham duas distantes uma da outra e já tortas pelo tempo e falta de manutenção. Depois encontramos uma escada imensa que desce ao lado de uma tubulação gigantesca, é assustador, mas o pior mesmo é que havia uma placa no topo da escada alertando para acidentes e risco de afogamentos. Bem, não preciso dizer que o Pedro resolveu sob meus protestos de descer sozinho, e eu lamentei por tamanho descaso em uma das cachoeiras com maior volume de água e belíssima que encontramos pelo caminho.

B.R.B.

Salto Manduri

 O local, também conhecido como Recanto Rickli é muito bonito e bem estruturado, com piscina, restaurante, banheiros e nos pareceu tudo muito limpo e organizado, entretanto o simpático atendente nos informou que não é mais possível acampar no local devido a onda de assaltos que estavam ocorrendo, é, até no paraíso os bandidos já chegaram.

Com muita atenção fomos conduzidos para conhecer o salto que não é muito alto, apenas 32 metros de altura, entretanto possui 100 metros de largura, ótimo pra praticar meditação ouvindo o som da água caindo.

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Salto Sete

O Salto Sete é uma cachoeira com 77 metros de altura localizada a apenas 11 km do centro de Prudentópolis.
O lugar é repleto de belezas naturais: rios, nascentes, cachoeiras, animais silvestres e o maior canyon de Prudentópolis.
Pode ser praticado esportes radicais como: cascading, rapel e tirolesa. Somente com agendamento.

Possui também  pousada em forma de chalezinhos, bem simpáticos por sinal e um grande salão para eventos muito bonito e bem estruturado. A simpatia dos atendentes é impar, e até o cãozinho da casa nos serviu de guia e ficou assim, digamos, meio apaixonado pela Duda, tivemos que ficar de olhos nesses dois (risos).

Lamentamos por não podermos fazer uma trilha no local sem agendamento prévio, pois a cachoeira só pode ser vista de cima e de longe e a visibilidade não é das melhores.

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Este post já ficou muito extenso, então vamos nos despedindo por aqui com uma breve recomendação, VÃO CONHECER PRUDENTÓPOLIS, vale a visite com toda certeza, nós ainda vamos voltar com mais tempo pra pesquisar cada pedacinho  da cidade, um abraço amigos e até a próxima.

 

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